DOS LIVROS PARA AS HQ’S
Logo, logo os vestibulares para cursos de 2010 estarão abertos e isso me fez lembrar daquela porrada de livros que são “leitura obrigatória” para determinados processos seletivos. Mas, cá entre nós, ler por obrigação é muito ruim. E devido a essa obrigação o leitor acaba não gozando o livro da forma que deveria. Obras maravilhosas da literatura clássica nacional e portuguesa acabam virando sinônimos de leitura chata e cansativa.
Mas hoje já há uma solução para os preguiçosos: Editoras estão investindo pesado na adaptação de obras literárias para quadrinhos.
Mais recentemente Luiz Gê e Ivan Jaf transformaram o romance O Guarani (de José de Alencar) em hq, publicado pela Editora Ática, dentro de um selo chamado Clássicos Brasileiros em HQ. No ano passado saiu, pelo mesmo selo, o título O Alienista (de Machado de Assis), o roteiro é de Luiz Antonio Aguiar e os desenhos de César Lobo.
E ainda há várias outras opções, só a grande obra O Alienista teve outras versões adaptadas por editoras, desenhista e roteiristas diferentes. Elas são: Editora Agir, selo Grandes Clássicos em Graphic Novel (pelos irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon); Editora Escala, pelo selo Literatura Brasileira em Quadrinhos; Companhia Editora Nacional (por Lailson de Holanda Cavalvanti).
Já deu para notar que, se a preguiça falar mais alto, ao invés de correr para uma biblioteca, você pode ir numa Comic Shop e devorar literatura. E se vocês acham que acaba por ai, a lista continua bem extensa. Como já mencionado acima a Editora Escala vem trazendo uma coleção chamada Literatura Brasileira em Quadrinhos e já tem de 13 títulos. O trabalho é muito bem feito e vale a pena pra quem tem curiosidade. Além do Alienista, os outros títulos dessa coleção são:
– Memórias Póstumas de Brás Cubas;
– Brás, Bexiga e Barra Funda;
– A Nova Califórnia;
– Um Músico Extraordinário;
– Miss Edith e seu Tio;
– Memórias de um Sargento de Milícias;
– O Homem que Sabia Javanês;
– O Enfermeiro;
– O Cortiço;
– A Cartomante;
– Uns Braços
A Agir, por enquanto, foi a editora que lançou o material mais bacana e melhor adaptado. Além de trazer autores consagrados como os gêmeos Bá e Moon e Eloar Guazzelli com O Pagador de Promessas (de Dias Gomes).
E não pense que fora desses selos editoriais não há nenhuma adaptação, muito pelo contrário, a Companhia da Letras lançou em Julho de 2008 A Cartomante (de Machado de Assis) por Flavio Pessoa e Maurício O. Dias e em 2007 a Conrad trouxe A Relíquia (de Eça de Queiroz), roteirizado e desenhado pelo mestre Marcatti.
Bem, desculpem se a coluna de hoje mais pareceu um catálogo de revistas do que de costume, mas só queria lembrar que HQs não é só super-heróis, não. As editoras estão fazendo um trabalho pesado em cima dessas adaptações literárias, claro que não devemos usá-las de maneira 100% confiáveis, já que muito da história original acaba sendo cortada ou enxugada. Mas, de certo, que transformar as obras clássicas em Graphic Novel popularizará mais elas , transformando uma leitura, que muitas vezes forçada, é chata e maçante em algo mais leve e divertido.
E também passamos a ter uma quebra de preconceito (aquela velha história que quadrinho é besteira e coisa de criança) já que o governo começou a levar as HQs para dentro das escolas. Além de também criar um novo elo com a literatura, levando os fãs de quadrinhos para o mundo da literatura e trazendo os fãs de literatura para o mundo dos quadrinhos.